quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Insuficiências Valvares

Insuficiências Valvares

Insuficiência Mitral: é quando ocorre refluxo de sangue para o AE na sístole ventricular por deficiência no fechamento valvar mitral. Lesão + comum da cardite reumática.

Classificação: Mínima (Fração Regurgitante FR menor que 20%), Leve (FR 20-40%), Moderada (FR 40-60% - começam os sintomas) e Grave (FR maior que 60%).
Fase compensada: ocorre aumento da complacência atrial esquerda, aumento da complacência ventricular esquerda, redução da pós-carga (hipertrofia ventricular excêntrica e FE alta > 70%) e aumento da Pré-Carga Ventricular (aumento do VDF).
Fase descompensada: pode ter sintomas ou não. A FE cai, podendo dar dispnéia e ortopnéia.

Principais Causas da Insuficiência Mitral Crônica: cardiomegalia, aumento de AE e VE.
1- Degeneração Mixomatosa: é a causa mais comum nos países desenvolvidos. Dos que tem prolapso mitral ao ecocardiograma, 20% desenvolvem a IM.
2- Cardiopatia Reumática Crônica: no Brasil, compete pelo 1o lugar entre as causas.
3- Doença Isquêmica do Miocárdio: necrose do músculo papilar.
4- Calcificação Senil do Anel Mitral: comum em idosos.
5- Dilatação Ventricular Esquerda: IM secundária.

Principais Causas da Insuficiência Mitral Aguda: a evolução rápida da IM leva a síndrome congestiva pulmonar e ao EAP.
1- Endocardite Infecciosa.
2- Ruptura Espontânea da Cordoália.
3- Febre reumática aguda.
4- IAM com ruptura do músculo papilar.
QC:
B3 (decorrente da sobrecarga de volume crônica). Hipofonese de B1.
Sopro regurgitativo holossistólico no foco mitral, que aumenta com a handgrip. Não se altera na inspiração profunda (Rivero-Carvalho).

Complicações: ICC.
FA e tromboembolismo.
Endocardite infecciosa.
Instabilidade hemodinâmica na IM aguda. Morte súbita. Amaurose fugaz.
Exames complementares: ECG, RX tórax PA, Ecocardiograma Doppler e Cateterismo cardíaco.
Prolapso de Valva Mitral: ECG com onda T bifásica ou invertida em D2, D3 e AVF.
Tratamento: Vasodilatadores (IECA, diuréticos e digitais).
IM Aguda Grave: UTI; dobutamina e nitroprussiato de sódio; e cirurgia.
Indicação absoluta: pacientes sintomáticos classe II-IV de NYHA e pacientes assintomáticos com disfunção sistólica leve a moderada (FE 30-60%). FA + sobrecarga AE + diâmetro sistólico final do VE de 40mm.
Opiniões favoráveis: pacientes com disfunção sistólica grave(FE <30%),> 50mmHg e assintomáticos com FA.
Insuficiência Tricúspide:

QC: congestão sistêmica (turgência jugular patológica, hepatomegalia, anasarca) e síndrome de baixo débito (fadiga e dispnéia aos esforços).
B3.
Sopro holossistólico de regurgitação no foco tricúspide que aumenta c/ inspiração (Rivero-Carvalho).
Exames complementares: ECG, RX tórax PA, Ecocardiograma Doppler.
Tratamento: diurético, restrição de sódio e cirurgia.

Insuficiência Aórtica: é quando ocorre refluxo de sangue para o VE na diástole ventricular por deficiência no fechamento valvar aórtico.

Causas que acometem a Raiz da Aorta Ascendente: Ateroesclerose da Aorta Ascendente (mais comum), Necrose Cística da Média (pode ser primária ou associada à síndrome de Marfan), aortite sifilítica, arterite de Takayasu, colagenoses etc.
Causas que acometem a Valva Aórtica: Cardiopatia Reumática Crônica (a valva aórtica é menos acometida que a mitral), Degeneração Mixomatosa, Válvula Bicúspide Congênita.
Causas de Insuficiência Aórtica Aguda: Endocardite Infecciosa, Dissecção de Aorta.

QC:
Hipertensão Sistólica com redução importante da PA diastólica (PA divergente). Quando a diferença é maior que 60mmHg, indica o Sinal de Hill.
Pulso em Martelo D’Água (Pulso de Corrigan). Pressão do pulso aumentada.
Pulso Bisferiens.
Sinal de Musset. Pulso de Corrigan. Pulso de Quincke.
Sinal de Müller (pulsação de úvula). Pulso arterial no pescoço.
Sinal de Traube (ruído sistólico e diastólico na artéria femoral).
Sinal de Duroziez (sopro sistólico quando comprimimos com estetoscópio numa região proximal e diastólico quando comprimimos com estetoscópio numa região distal).
B2 hipofonética ou ausente.
Ruído de Ejeção Aórtico.
B3 (por sobrecarga volumétrica).
Sopro Aspirativo (duração proporcional à gravidade – sopro de Austin Flint).

Exames complementares: ECG, RX tórax PA, Ecocardiograma Doppler e Cateterismo cardíaco.

Tratamento: drogas vasodilatadoras (nifedipina, hidralazina).
Quando existe disfunção sistólica de VE (FE < 50%), indica-se o IECA.
Cirurgia: indicada nos casos agudos e crônicos graves. Paciente sintomático + sopro diastólico em foco aórtico + cardiomegalia no RX e ECG c/ sobrecarga de VE.

CI: balão intra-aórtico.

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